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Um importante general russo que desapareceu após o motim do mercenário Wagner em junho foi destituído do cargo de chefe das forças espaciais do país, informou a mídia estatal russa na quarta-feira, citando fontes não identificadas.
O general Sergey Surovykin passou quatro décadas como parte do exército russo, incluindo um breve período à frente do esforço de guerra da Rússia na Ucrânia.
Ele assumiu a responsabilidade pelo conflito em outubro de 2022, depois que uma grande explosão danificou gravemente a ponte Kerch que liga a península anexada da Crimeia à Rússia continental. Surovikin foi removido desse cargo alguns meses depois.
Ele não é visto em público desde junho, quando o líder do Wagner, Yevgeny Prigozhin, divulgou um vídeo pedindo-lhe que acabasse com sua rebelião. Um legislador russo disse em julho que Surovikin estava “se aposentando”.
Documentos compartilhados com a CNN em junho sugeriam que Surovikin era um membro VIP secreto de Wagner. O New York Times informou em junho que Surovikhin pode ter tido conhecimento avançado da rebelião, alimentando especulações generalizadas sobre o seu papel na rebelião.
A destituição de Surovikhin ocorre um mês depois de outro general, Ivan Popov, ter sido demitido depois que a liderança do Ministério da Defesa de Moscou o acusou de trair suas tropas ao fornecer apoio insuficiente.
A carreira militar de Surovikhin começou na década de 1980 com serviço no Afeganistão e, em 2004, comandou uma unidade na Segunda Guerra da Chechênia. Ele foi nomeado comandante das forças espaciais da Rússia em 2017, cargo do qual teria sido demitido. Quarta-feira.
Como chefe das Forças Espaciais, Surovikhin supervisionou a campanha do Kremlin na Síria, quando aviões de guerra russos foram acusados de causar destruição generalizada em áreas controladas pelos rebeldes. Embora Surovikin tenha sido recompensado em Moscovo pelo seu serviço na Síria, a Human Rights Watch alegou que Surovikin foi responsável pelos ataques, que violaram as leis da guerra e mataram pelo menos 1.600 civis.
A ferocidade dos ataques rendeu a Surowikind o apelido de “General Armagedom”. Um de seus ex-subordinados, Gleb Irisov, disse à CNN no ano passado que Surovikhin não era procurado porque tentou aplicar sua experiência em infantaria à Força Aérea.
“Ele deixou muita gente muito irritada – eles o odiavam”, disse Irisov.
A notícia da demissão de Surovikhin foi relatada pela primeira vez por Alexei Venediktov, um proeminente jornalista russo e ex-chefe da agora fechada estação de rádio Echo of Moscow.
Venidiktov postou em seu canal Telegram na terça-feira que Surovikin havia sido afastado de seu cargo, mas continuaria servindo em outro cargo no Ministério da Defesa.
De acordo com fontes citadas pela agência de notícias de negócios russa RBC, Surovikhin foi afastado do cargo porque foi transferido para outro emprego e atualmente está de férias curtas.
A biografia oficial de Surovikhin no site do Ministério da Defesa russo ainda o lista como chefe das Forças Aeroespaciais.
A CNN entrou em contato com o Ministério da Defesa da Rússia para comentar.